17.10.07

Patrias

"Hay una patria que nos concede la condición de ciudadanos. Hay una patria que nos facilita el pasaporte, que nos permite viajar siendo extranjeros documentados; hay una patria a la que damos parte del sueldo, a la que reclamamos algo en correspondencia, cosas concretas que ayuden mínimamente a la inalcanzable felicidad, una escuela, un hospital, un futuro no demasiado incierto. Hay una patria que está escrita en un pliego de derechos y deberes. La patria en la que los ciudadanos de nacimiento podemos disfrutar de la posibilidad de nacer y morir en el mismo sitio, la patria de aquel que, aun con todo, detesta su patria o la del que la disfruta porque deja atrás otra patria imposible. Es esa patria que se lleva en el pasaporte, ese salvoconducto al que nos aferramos en las fronteras donde más de una vez hemos visto cómo alguien lloraba desconsolado por haberlo perdido y convertirse de repente en nadie.

Hay otra patria. Aunque los neurólogos ya han dejado claro que los sentimientos están dirigidos por la cabeza, pervivirá en nosotros el gesto de llevarnos la mano al corazón. Hay otra patria, pues, que está en el corazón. Está compuesta de cosas íntimas, difíciles de explicar, aunque la literatura y la música se hayan deshecho en explicaciones. La calle en la que nacimos, la lluvia del pasado, los antiguos olores, la mano de tus padres, los juegos, las canciones tontas de la infancia, las palabras que te proporcionaban seguridad y las que te dieron miedo. Todo eso ya está contado, aunque nos encante repetir y escuchar la misma historia. Hay veces que los políticos confunden la patria cívica con la patria del corazón. Y hay ciudadanos que, lejos de desconfiar en quien se mete tan intrusivamente en las emociones, entienden que los partidos hacen bien en exaltarlas. Pero hay otros (entre los cuales me encuentro) que, cuando un político anima a salir a las calles para mostrar orgullo en el día de la patria, agitar banderitas, sentir alegría por la azarosa nacionalidad o aplaudirle a un carro de combate, optan por celebrar la fiesta a la manera de Brassens, levantándose tarde y disfrutando de la anhelada pereza. Placeres de la patria íntima en la que detesto que nadie se inmiscuya." (EL PAIS, Elvira Lindo)

16.10.07

Seu Jorge - Tive Razão

chocotelegram!

Nancy Vieira

sons de Cabo Verde

Jemaa El-Fna


A noite acontece em Jemaa El-Fna, Património da Humanidade, sui generis.. (Marraquexe, Sara Mourão)

Al Gore e o ódio da direita americana

«Which brings us to the biggest reason the right hates Mr. Gore: in his case the smear campaign has failed. He’s taken everything they could throw at him, and emerged more respected, and more credible, than ever. And it drives them crazy.» (Paul Krugman, New York Times)

26.7.07

Olhó radar

Mapa dos radares da cidade de Lisboa


Lisboa a cidade radar! Num ápice, em avenidas como : Av. de Ceuta, Av. da Índia, Av. Brasília entre outras, os automobilistas não podem exceder os 50 kms/h (excepção feita à radial de Benfica e 2ª circular onde o limite é de 80 kms/h).
Depois do período experimental, os radares funcionam actualmente em regime sancionatório desde o passado dia 9 de Julho. As infracções cometidas durante a primeira semana de actividade dos radares irão render no mínimo mais de 1 milhão de euros, dos quais mais de 320 mil terão como destino os cofres da Câmara Municipal.
Ora estes radares não são mais do que "mais uma galinha de ovos de ouro" da Câmara de Lisboa.
Veículos ligeiros que excedam em 20 km/h os limites nestas vias, dentro das localidades, poderão ter de pagar coimas entre os 60 e os 300 euros.
Excessos para prevenir excessos portanto!

Pelo menos o insólito já não sucederá aparentemente: um Subaru!! camuflado(bela prevenção!) persegue um Smart infractor, que circula a 73 kms/h na Av. da Índia..


Quero -vos desejar :

"boa sorte, tudo de bom!"

15.7.07

No país dos Índios do Colombo

Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica


Como estava previsto à partida, os chineses não apresentaram uma OPA sobre o capital da Benfica SAD.

Afinal não preferiram o Sport Lisboa e Benfica ao Sporting Clube de Portugal; afinal o empresário Vasco Pereira Coutinho já não garante a credibilidade da história, desconhecendo a identidade dos chineses, apesar de ter referido anteriormente:"O grupo está interessado em comprar um clube na Europa. Como temos relações antigas perguntaram-me se podia facilitar contactos em Portugal."; afinal uns investidores chicos-espertos ganharam "umas valentes massas" com as acções a subirem 60% num só dia. Afinal os investidores orientais não existem, afinal não vamos ver o pluribus unum em mandarim nos seus mais de oitenta mil caracteres.

A CMVM promete uma punição exemplar aos autores desta proeza bolsista.
A ver vamos..
Glolioso..mas polquê?

17.6.07

Pegada ecológica

Avaliar até que ponto o nosso impacto já ultrapassou o limite é, portanto, essencial, pois só assim somos capazes avaliar se vivemos de forma sustentável. Isto não significa, claro, que se possa consumir e gastar mais ainda há capacidade disponível: pelo contrário, se queremos deixar espaço para as outras espécies e para os habitantes futuros, há que lhes reservar o máximo de espaço. Em todo o caso a taxa de consumo de “capital natural” já é superior à sua taxa de reposição, pelo que não há qualquer desculpa para continuar com práticas agressivas do ambiente.

Assim nasceu o conceito de “Pegada Ecológica”,criado por William Rees e Mathis Wackernagel (que se basearam no conceito de “capacidade de carga” ), a permitindo calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o nosso estilo de vida.


Foram escolhidas várias categorias de terrenos (agrícola, pastagens, oceanos, floresta, energia fóssil e construídos) e de consumo (alimentação, habitação, energia, bens de consumo, transportes, etc.). Cada categoria de consumo é convertida numa área de terreno (em princípio de uma das categorias apresentadas) por meio de factores calculados para o efeito.


No caso da alimentação, o cálculo é simples: basta dividir o consumo de dada cultura agrícola (expresso em toneladas, por exemplo) pela produtividade da terra (expressa em toneladas por hectare). É ainda necessário ter em conta as importações e exportações desse mesmo produto ou de produtos que o utilizem.


A estimativa da Pegada Ecológica do queijo, por exemplo, é obtida convertendo a produção de queijo em equivalentes de leite (em média, 10 L de leite são necessários para 1 kg de queijo).

Somando as várias pegadas parcelares obtemos um valor global que representa uma área produtiva capaz de repor, pelo menos em teoria, o capital natural por nós consumido. Esta área pode ser comparada com o espaço efectivamente existente (“biocapacidade”), concluindo-se assim a sustentabilidade do sistema.

Contudo, existem ainda vários impactos que não estão contabilizados na Pegada Ecológica, sendo o valor obtido, uma estimativa por defeito.


Saliente-se ainda a incerteza inerente aos cálculos que, baseando-se em inúmeras assunções, se podem tornar pouco rigorosos.Compreender as limitações de um indicador como a Pegada Ecológica, torna-se fundamental por forma a evitar tirar conclusões precipitadas. Esta informação deve ser complementada com outros dados específicos e indicadores mais fiáveis.


Ainda assim, e sobretudo devido à mensagem simples e facilmente perceptível que a pegada transmite, esta tem um potencial muito elevado ao nível da sensibilização e educação para o desenvolvimento sustentável.

Assinalem-se ainda as dezenas de cálculos da Pegada Ecológica de municípios um pouco por todo o mundo e de 50 países. Para assinalar o Dia da Terra (22 de Abril) foi desenvolvida uma calculadora que permite, através da resposta a diversas perguntas, calcular a pegada individual.


A Pegada Ecológica permite evidenciar assim, de que forma as alterações no nosso estilo de vida, poderão influenciar o tamanho da nossa pegada: o aumento de pessoas que vivam na mesma casa permite a partilha entre residentes do consumo de energia; uma dieta baseada em plantações requer em geral menos terra e energia do que uma dieta baseada em animais; o uso de transportes públicos em detrimento de privados ou uso de fontes de energia renovável e práticas de conservação são exemplos de iniciativas que poderão reduzir substancialmente a nossa Pegada Ecológica.


Todos os esforços de conservação são benéficos e o questionário da Pegada Ecológica surge mais como um instrumento de aprendizagem, não avaliando todos os nossos impactos na natureza.

Para além do nosso próprio consumo, com vista a mantermos os recursos naturais em equilíbrio, teremos que abordar a questão da dimensão da população. Como a biosfera é finita, quanto maior a população mundial, menos recursos terrestres estarão disponíveis por indivíduo.

“A mãe natureza não tem telemóvel. Não usa e-mail.[...]. Ela leva o seu tempo...” (David Suzuki, 2004).


Faça o questionário e aplique no seu dia-a-dia uma melhor gestão dos recursos de que dispõe.

Nota: A Pegada Ecológica é adequada para cada país de acordo com dados nacionais relativos a variações regionais climáticas, estilos de construção de casas, transporte.