3.5.07

01/05/1886

Cartoon ,Maio de 2006 - Courrier International

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, através de um Congresso Socialista realizado na cidade de Paris. A data escolhida serviu de homenagem à greve geral, que aconteceu a 1 de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos na época.


Milhares de trabalhadores manifestaram-se nas ruas de Chicago para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, protestos e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve detenções, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre operários e a polícia.


Em memória aos mártires de Chicago, às reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.






Chicago, Maio de 1886

O retrocesso vivido neste início de século, remete-nos directamente para os piores momentos dos primórdios do Modo de Produção Capitalista, quando ainda eram comuns práticas ainda mais selvagens. Não apenas se pretendia alcançar a mais-valia, através de baixos salários, mas até mesmo a saúde física e mental dos trabalhadores estava comprometida por jornadas que se estendiam até 17 horas diárias, que era comum nas indústrias da Europeias e dos Estados Unidos durante o século XIX.


Férias, descanso semanal, reforma? Não faziam parte da realidade da época. Para se protegerem das adversidades, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxílio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.
Com as primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando melhores salários e redução substantiva do período laboral. Greves, nem sempre pacíficas, explodiam por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais pólos industriais norte-americanos na época, também era um dos grandes centros sindicais. Duas importantes organizações lideravam os trabalhadores e dirigiam as manifestações em todo o país: a AFL (Federação Americana de Trabalho) e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho). As organizações, sindicatos e associações que surgiam em catadupa eram formadas principalmente por trabalhadores de tendências socialistas, anarquistas e social-democratas. Em 1886, Chicago foi cenário de uma intensa greve operária. À época, Chicago não era apenas o centro da máfia e crime organizado, era também o centro do anarquismo, com importantes jornais operários como o Arbeiter Zeitung e o Verboten, dirigidos respectivamente por August Spies e Michel Schwab.
Uma manifestação pacífica, composta por trabalhadores e desempregados silenciou momentaneamente tais críticas, embora com resultados trágicos a curto prazo. No alto dos edifícios e nas esquinas estava posicionada a repressão policial. A manifestação terminou com um ardente comício.




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